quinta-feira, 19 de junho de 2008

Linguagem e preconceito

Uma das partes mais importantes para o trabalho do jornalista é a escolha das palavras. Parece besteira, mas faz diferença. Como nas manchetes de hoje:

Folha de S. Paulo
Justiça manda Exército desocupar morro no Rio

O Estado de S. Paulo
Justiça manda Exército sair de favela carioca

“Grandeza”

Veja só a crônica de hoje de Carlos Heitor Cony:

Histórias de plágio

Ainda não me dei ao respeito de ler a biografia do Paulo Coelho escrita pelo sempre competente Fernando Morais. Amigos que a leram me informam, alarmados, que o mago, em início de carreira, plagiou uma crônica minha para se habilitar ao emprego num jornal do Nordeste. Nada tenho contra. Lamento apenas a falta de gosto ou de informação do Paulo. Bem que poderia ter escolhido autor mais importante.

Sou amigo dos dois, do biógrafo e do biografado. Lerei o livro com a unção que eles merecem. Quanto ao plágio, se verdadeiro for, é um acidente de percurso na carreira dele e na minha. Nada grave que dê para me chatear.

Chato mesmo é ler na internet textos meus assinados por outros. E, pior ainda, é ler textos de outros assinados por mim. Tive há tempos uma experiência que me chateou. Estava em Paris, cobrindo a Copa do Mundo de 98, quando soube que um colunista aqui do Rio assinara duas crônicas minhas como suas. Descoberto o plágio, não por mim, mas pela Folha, o jornalista foi demitido do "JB", certamente por um motivo justo: deveria ter escolhido um autor mais ilustre para copiar.

Mesmo assim -como disse- fiquei chateado por causa da demissão do colega. Quando tomei conhecimento do fato, a nossa seleção enfrentava um compromisso fora de Paris, acho que em Nantes ou em Marselha. Eu estava sem condições de interferir junto à direção do "JB" no sentido de impedir a dispensa do seu profissional.

Lembro agora que o Fernando Morais me telefonou, há tempos, perguntando se sabia do plágio do Paulo Coelho. Lógico que não sabia. E, mesmo se soubesse, dava-lhe a minha bênção e aprovação. Gosto dele, é um gentleman, o sucesso internacional não o modificou, é um garoto que muito sofreu e ainda acredita no maravilhoso.

sábado, 7 de junho de 2008

Liberdades

A Folha de hoje saiu com uma reportagem sobre a "batalha ideológica" na blogosfera cubana.

É comum ouvir críticas sobre falta de liberdade de expressão na ilha. Um dos argumentos é: "o governo não libera o acesso à internet para a população". De fato, cercear deliberadamente o acesso à rede é um tipo de censura. Mas nunca tinha ouvido um contraponto nessa história.

Por isso, a reportagem da Flávia Marreiro tem um trecho que me chamou a atenção: "Em Cuba, só médicos e pesquisadores, além da burocracia estatal, têm direito a internet em casa. O governo diz que, dadas as limitações técnicas, como o bloqueio econômico que impede a ligação por fibra ótica com a Flórida, a prioridade é conectar centros de estudo."

O bloqueio existe e todo mundo sabe disso. Então, pelo menos nesse assunto (e também em educação e saúde) o governo cubano parece ter razão.

Voltei a fazer perguntas.
O que você prefere: internet banda larga para a classe média ou alfabetização para todos?

terça-feira, 3 de junho de 2008

Jogo sujo

Em Brasília, tucanos e demos criaram a CPI da Tapioca Mista
Em São Paulo, mesmo com o caso Alstom e as privatizações, falar em CPI é como ofender pessoalmente o governador José Serra. E comprar briga com vampiro dentro da caverna pode não ser uma boa idéia.

É assim a DEMOcracia.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

terça-feira, 27 de maio de 2008

Perna curta

Em entrevista no Programa do Jô, Dilma Rousseff explicou, mais uma vez, que não existe “dossiê”. E trouxe uma informação que eu desconhecia: o senador tucano Arthur Virgílio solicitou dados sobre gastos de dois ministros no período 1995-2002. O doce amargou.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Vício

Fisgado na primeira tragada

E tem gente que defende o fumo em lugares fechados. Falta de respeito.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Violência?

A notícia é de quarta-feira. Não comentei no dia certo por conta do serviço amador da Telefônica, que me deixou sem internet.

Debate sobre usina acaba em agressão

Só faltou o Estadão dizer que os índios são bárbaros irracionais que devem ser exterminados.

Se a terra tem dono, ela é não é do homem branco.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Distribuição de balas

Está no Estadão:
Polícia Militar de SP mata 55% a mais em 2008

E tem gente que vai fazer festa.

É o Efeito Tropa de Elite.
Será que a polícia quer mostrar serviço e ganhar a simpatia da população reaça de SP?
É possível que sim. E é assustador. É a cara do DEMo

O país do futuro

O Uol colocou em destaque:
Petrobras ultrapassa Microsoft em valor de mercado, diz estudo

Não sei se a comparação é válida, pois as duas empresas trabalham com produtos bem diferentes. Mas a manchete reforça algo importante: apesar do desenvolvimento tecnológico, a questão energética ainda é essencial no mundo contemporêneo. E no cenário que se desenha (alta do petróleo, aquecimento global e crescimento de mercado para biocombustíveis), o Brasil é sim protagonista. Para aproveitar o bom momento, o mais importante é não fazer besteira. E Lula por enquanto não fez.

Como "besteira", entenda a proposta de privatizar a Petrobrás, por exemplo.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

De onde veio?

A foto da AFP está nas Imagens do dia do Uol.


quinta-feira, 15 de maio de 2008

Confusão

PT-MG aprova aliança com tucanos na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte

O neto de Tancredo será o sucessor de Lula? por qual partido?

Sem educação!

Na escala de 0 a 10, ensino médio em SP tira nota 1,4

E tem gente que acha que os anos de administração tucana foram bons para o Estado.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Para não esquecer

Hoje se comemora o 120º aniversário da Lei Áurea.
Há mais motivos para refletir do que para comemorar.
A lei tornou a escravidão ilegal, mas não acabou com ela.
E se completamos 120 anos da extinção oficial, é bom lembrar que tivemos quase 400 de escravidão legalizada.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

A tapioca está de volta

Está na Folha online:
Ex-assessor de José Dirceu vazou o dossiê da Casa Civil

Por favor1: chamar esse banco de dados de “dossiê” é como falar que o São Paulo joga limpo.
Por favor2: o espaço reservado pelos jornais para o desenrolar da tapioca é mais desproporcional que transmitir prisão durante jogo da Libertadores, na hora do gol.

Mas vamos ao que interessa. Parece que o entendimento geral é que o verdadeiro crime foi o vazamento do banco de dados, uma vez que sua criação se justifica pela CPI da Tapioca Mista. E não é que acharam um jeito de relacionar o Dirceu ao caso? Agora, faltam somente as ligações com Evo Morales e Hugo Chávez.

Ficam as perguntas. Se a infração foi o vazamento dos dados sigilosos e se quem vazou é relacionado ao PT e ao Dirceu, como eles pararam no gabinete de um senador tucano? Esse senador tem responsabilidade por divulgar os dados à imprensa?

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Falta de sorte



Me atrevo a falar de novo sobre futebol.

É que acho que encontrei alguém mais azarado que o Botafogo.

Em 2006, o técnico Caio Junior levou o Paraná a Copa Libertadores. Em 2007, o time disputou a competição e foi eliminado nas oitavas-de-final pelo Libertad, do Paraguai. No brasileiro, o time de Curitiba foi rebaixado junto com Corinthians, Juventude e São Caetano.

Em 2007, com o Palmeiras, Caio Junior foi eliminado na primeira fase do Campeonato Paulista, deixou a Copa do Brasil na segunda fase, ao perder para o Ipatinga jogando em casa, e, no Campeonato Brasileiro, perdeu a classificação para a Libertadores na última rodada, com uma derrota, em casa, para o Atlético-MG, que já não tinha mais pretensões no certame.

Em 2008, parecia que as coisas iam melhorar. O ano começou bem no Goiás. Caio levou o time à final do Campeonato Goiano e venceu o primeiro jogo contra o Corinthians, pelas oitavas da Copa do Brasil, por 3 X 1, em casa. No dia 30 de abril, perdeu a classificação e o jogo, por 4 X 0. Todos os gols foram feitos no primeiro tempo. Cinco dias depois, final do Goiano, no Serra Dourada. O time mais tradicional do estado perdeu de 3 X 0 e o título foi para o debutante Itumbiara.

Após a derrota, o técnico chegou no Flamengo, time da maior torcida do país. O clube acabara de sagrar-se campeão carioca, contra o rival Botafogo. O técnico-ídolo Joel Santana ainda comandaria a equipe num último jogo, mas Caio Junior já estava na Gávea, para conhecer o grupo. Foi preparada uma festa de despedida. Era o jogo de volta, pelas oitavas-de-final da Libertadores, contra o América do México. Na primeira partida, no estádio Azteca, o rubro-negro ganhou por 4 X 2. Nada poderia tirar a classificação do Flamengo. Mas Caio Junior já estava na Gávea. E antes de estrear, o técnico perdeu a classificação, nas oitavas-de-final, por 3 X 0, em casa, com o estádio lotado.

Se ler só o histórico, vai parecer que ele não é um bom técnico. Mas, apesar das derrotas em momentos decisivos, acredito que o Milhouse (apelido cunhado por alguns palmeirenses) fará um bom trabalho no time de Jorge Ben.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O país da bola

E os boleiros do país

No campeonato carioca, o artilheiro foi Wellington Paulista.
No campeonato paulista, o artilheiro foi Alex Mineiro.
No mineiro, quem marcou mais gols foi o cearense Jajá.
No cearense, dois artilheiros: o baiano Paulo Isidoro e o pernambucano Esquerdinha.
Em Pernambuco, o artilheiro foi o meio-campista Geraldo, que nasceu no Rio de Janeiro.
Na Bahia, dois artilheiros. Pasmem. Os dois nasceram no estado: Tatu, do Vitória da Conquista e Souza, do Fluminense de Feira.

PS: encontrar informações sobre o campeonato cearense foi mais difícil do que imaginava...

terça-feira, 6 de maio de 2008

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Sem preconceitos

Alguns versículos da Bíblia. Com certeza você já ouviu alguém dizer frases parecidas.

Provérbios 13:23
A lavoura do pobre
produz alimento com fartura,
mas por falta de justiça ele o perde.

Provérbios 16:8
É melhor ter pouco com retidão
do que muito com injustiça

Provérbios 17:5
Quem zomba dos pobres
mostra desprezo pelo Criador deles;
quem se alegra com a desgraça,
não ficará sem castigo.

Provérbios 17:26
Não é bom castigar o inocente,
nem açoitar quem merece ser honrado.

Provérbios 17:28
Até o insensato passará por sábio,
se ficar quieto,
e, se contiver a língua,
parecerá que tem discernimento.

Provérbios 18:2
O tolo não tem prazer no entendimento,
mas sim em expor seus pensamentos

Eclesiastes 1:11
Ninguém se lembra
dos que viveram na antiguidade,
e aqueles que ainda virão
tampouco serão lembrados
pelos que vierem depois deles

Eclesiastes 4:1
De novo olhei e vi toda a opressão que ocorre debaixo do sol:
Vi as lágrimas dos oprimidos,
mas não há quem os console;
o poder está do lado
dos seus opressores,
e não há quem os console.

terça-feira, 29 de abril de 2008

Repetido?

Está no Estadão de hoje:
Ex-deputada é presa por vender voto para aprovar reeleição de Uribe

Já vi um filme muito parecido. Só que o final foi diferente

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Justificado

Hoje, por problemas de saúde e de acúmulo de trabalho, deixo somente o link para uma reportagem que está na home do Uol:

Bairros mais ricos de SP têm até quatro vezes mais investimento que os mais pobres, revela estudo

Com uma administração “democrática” como a da capital econômica do Brasil, não há muito o que comentar sobre a matéria.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Confusão

Está na Folha Online:
PMDB e DEM oficializam amanhã aliança pela candidatura de Kassab

A mais nova “aliança política” de São Paulo é entre DEM e PMDB.
Em troca do apoio, o partido de Kassab indicará Orestes Quércia para o senado em 2010.
Os “Democratas” são os principais aliados do PSDB.
Que nos últimos 14 anos é arquiinimigo do PT
Que nos últimos 6 anos, tem como principal aliado o PMDB
Que antes disso, era aliado do PSDB
Que em Belo Horizonte pode se aliar ao PT
Que em São Paulo não poderá contar com o PMDB
Que apoiará a candidatura do DEM
Que é aliado do arquiinimigo do PT
Que se torna amigo, quando necessário.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Ao cubo

Essa eu conheci por indicação dos garotos da Fundação Casa. O grupo de rap me surpreendeu pela qualidade. Nem é um dos estilos que mais gosto, mas indico o som. A música mil desculpas é um dos bons trabalhos dos “manos”.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Compasso

Brasil surpreende mercados com aumento de juros, diz 'FT'

Numa “democracia capitalista” (se é que isso existe), é bom que o Banco Central tenha autonomia. É um órgão de Estado, não de governo. Mas há que se considerar que o crescimento do país é bom para todos, antes de barrar o desenvolvimento, em nome do controle de uma inflação que nem ficou tão longe do previsto. Vale perguntar, como sempre. Quem ganha?

Aliás, vale também republicar um “poema” que estava no outro blog:

Poesia econômica
O chefe chegou: é pê á cê!
Mas depende do bê cê,
que manda mais que o pê tê
e mais que eu e que você
desde o tempo éfi agá cê.

Que autonomia, que prazer:
Quem mandaria quer fazer,
Mas quem faria quer correr.
E o gigante, como está?
Novamente a adormecer.

Velha história

Idade de McCain preocupa partido
Republicanos temem que candidato demonstre ‘momentos de senilidade’ em campanha

Segundo o Michaelli, “senil” pode ser: “Que apresenta os característicos da senectude, tais como debilidade física e mental; decrépito, caduco”.

Não entendi. Me parece que “senilidade”, para o partido republicano, nunca foi problema. Pelo menos não nos últimos oito anos. Além disso, não adianta reclamar depois de escolher um candidato de 71.

Folclore

Berlusconi anuncia 'caça' a ilegais
Primeiro-ministro eleito promete expulsar imigrantes sem trabalho para combater a criminalidade

E dizem que só o brasileiro vota mal.
O cara tem tudo para virar uma daquelas figuras que as gerações futuras relutam em acreditar que realmente existiu.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Amargo

Façamos um rápido levantamento sobre o temário noticioso nos últimos sete dias:
Caso Isabela
Inflação de alimentos nos países pobres
Investigação do “dossiê”
CPI da tapioca mista
São Paulo beneficiado pela arbitragem


Só tem notícia ruim. Quando tem notícia.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Indigesto

Pela polêmica do jogo de ontem, me atrevo a falar de futebol.
Mas não se preocupe que o comentário será rápido.
Antes de tudo: sim, sou palmeirense.
O que não me impede de dizer que sim, mais uma vez, o São Paulo foi beneficiado em jogo decisivo contra o Verdão. É lógico que eu não fui o único.

Mas essas coisas já foram ditas.

Para mim, porém, mais engraçado que a “explicação” do Paulo César Oliveira, que costuma apitar mal os jogos do Palmeiras, foi o discurso de um tricolor na hora do almoço.

Imagine um senhor de 40 anos, 1,90m e 150 quilos. Branco, careca e arrogante. Um típico empresário paulistano, daqueles avessos a exercícios físicos, mas que vai aos camarotes do Morumbi em todos os jogos de seu time. Só falta quando a peleja é marcada para o mesmo dia de algum churrasco.
Agora imagine este ser, no alto de sua “inteligência”, tentando convencer o copeiro da padaria de que o time da casa foi prejudicado. O argumento: “Não foi pênalti. O Lenny se jogou, é óbvio e eu sei. Qualquer pessoa que joga futebol sabe que aquela joelhada não derruba ninguém”.

“Não derruba ninguém do seu tamanho, né seu barriga?”


Em tempo: vale a pena o artigo de Luiz Gonzaga Belluzzo, no site da Carta Capital.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Faz sentido?

Inflação de alimentos para países mais pobres deve piorar

A matéria do Estadão é interessante.
A minha conclusão, nem tanto: se os mais pobres têm de pagar pelas mudanças de humor do Mercado, há algo errado com o grande senhor dos nossos colonistas de economia.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Duas notícias

E duas perguntas.

Caos nos aeroportos americanos deve continuar, diz jornal
Será que alguma colunista do The New York Times vai pedir o impeachment de Bush porque seu vôo teve duas horas de atraso?

Nos EUA, cartão paga até namoro online
Será que os senadores do Partido Democrata (o original) vão criar a CPI do Milk Shake?

É possível que os "democratas" daqui já tenham "evidências" de que Hugo Chávez e Dilma Roussef estão envolvidos. Segundo Rodrigo Maia e ACM Neto, é a exportação da sem-vergonhice. Uma fonte da Veja já preparou um "dossiê". A capa desta semana será bombástica.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Na correria

Como os leitores (todos os dois) já devem saber, o tempo livre deste aprendiz está raro nos últimos dias. Por isso a atualização de hoje será o que segue: pequenos comentários sobre o que considerei serem os “temas do dia”.

TV Brasil: Demissão de Luiz Lobo
Lobo disse de que o material que produzia era editado de acordo com interesses políticos. A principal acusação é que não deixaram ele chamar o levantamento dos gastos de FHC de dossiê. O material não é um dossiê, é um levantamento. Como Lobo não é burro, ele sabe disso. A acusação é baseada no direito de mentir?

CPI da Tapioca 2: a revanche
Aqui é só repetir o que já foi dito. É a segunda Comissão para investigar o nada. Agora somente com “nobres” senadores.

Copio nota publicada pelo Estadão:
Mulheres de direita são mais bonitas, afirma ex-premiê
Em mais uma de suas tiradas, o ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi, que costuma aparecer em público ao lado de beldades, declarou ontem que “as mulheres de direita são certamente mais bonitas” e “a esquerda não tem gosto nem para mulheres”. A afirmação causou reações iradas de mulheres parlamentares de esquerda, que pediram ao eleitorado feminino que não vote nele.
Comentário: ele disse que as de direita são mais bonitas. Eu duvido.


Título do Estadão: “Brancos são expulsos de suas terras
Se ler só o título, parece que o jornal perdeu o medo de assumir seu viés elitista. Não é bem assim. Não desta vez.

Artigo na Folha: Invasões legitimadas (Denis Rosenfield)
O filósofo tenta construir uma teoria da conspiração que envolve Plínio de Arruda Sampaio e MST. Se você assina Folha ou Uol, clique aqui e divirta-se. Parece piada.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Nomes interessantes

Rui Tavares Maluf
Cientista político. Autor do livro Prefeitos na Mira. Professor de ética das Faculdades Campos Salles.

Ademir Médici
Jornalista e autor de livros sobre a memória do Grande ABC

Carlos Castello Branco
Jornalista e escritor. Sua coluna no Jornal do Brasil (entre 1962 e 1972) tem relativa importância para a história do jornalismo brasileiro, por ser crítico à ditadura militar recém-instaurada.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Legislar pra quê?

Está no Estadão:

Garibaldi anuncia que instalará amanhã CPI dos Cartões no Senado
Os nossos "políticos" estão demais. É a segunda Comissão para investigar o nada.

Enquete: quando começa a CPI do "dossiê"?

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Jodador de ballet

Com atraso, recomendo o vídeo abaixo.
O melhor meia de todos os tempos completou 66 anos ontem.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Déjà vu

Alguém supõe que existe um "dossiê" contra tucanos.
Crucifica-se quem supostamente o produziu.
Critica-se quem supostamente o entregou a "jornalistas".
Ninguém mostra o seu suposto conteúdo.


Fiat Sentencius já dizia: Em alguns momentos, nada é mais doce que um doce-E. É mais doce que doce de batata doce.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Quem diria?

Rio estuda pedir médicos de Cuba para tratar dengue, diz governador

Espera aí.
O povo cubano não vivia numa ditadura sanguinária e miserável? Como eles podem mandar médicos para o Rio de Janeiro, sede do Pan e melhor cidade do mundo?

O que será que o “democrata” Cesar Maia acha disso?

Só mais duas perguntas:
Se Sérgio Cabral pedir ajuda à Cuba, o governo “ditatorial” da ilha cobrará algo além do salário dos médicos?
E se pedir ajuda financeira aos EUA, para comprar remédios, o governo “liberal” do império cobrará juros?

Pirata

Brasiguaios não devem ter medo, diz Lugo

Fernando Lugo, candidato à presidência do Paraguai, está no Brasil.
O país, nosso vizinho, vive um momento político importante, interessante e único.

Vale a pena acompanhar o processo. Com certeza, para os brasileiros, é mais importante que eleições no império, “suposto dossiê”, cpi de tapioca...

Bem lembradas

A folha de hoje trouxe dois bons textos, que copio aqui. Vamos aproveitar enquanto os colonistas ainda não acabaram com os bons colunistas.

Leviandade é crime
Clóvis Rossi

SÃO PAULO - Se o poder público brasileiro (no caso, o paulista) adotasse o devido rigor, puniria o delegado responsável pelo caso da menina Isabella Oliveira Nardoni, 5 anos, morta no sábado, por colocar o pai como suspeito.
No fundo, estamos diante de uma gênese idêntica ao escândalo da Escola Base, no qual a mídia foi crucificada, com toda a justiça. Mas faltou mais alguém na cruz: o delegado responsável pela investigação do caso.
Vamos rebobinar um pouco a fita e analisar as circunstâncias em que se deu a desumana crucificação dos responsáveis pela escola, apontados como abusadores de crianças.
Quem detinha, com exclusividade, todas as informações? O delegado.
Ninguém mais. Quem repassou as informações aos jornalistas, coletivamente? O delegado. Aos jornalistas, restava um de dois caminhos: duvidar ou acreditar (claro que me refiro aos jornalistas de boa-fé; os que têm índole sensacionalista não precisam acreditar ou duvidar de nada para dar vazão à índole).
Mais: se duvidassem e decidissem não publicar, seria preciso que todos tivessem idêntico comportamento. Um só que publicasse já estaria provocando o dano à reputação dos donos da escola.
Agora é um pouco a mesma coisa.
O delegado deu entrevista que a Rede Globo, pelo menos, pôs no ar (não vi outros telejornais, mas suspeito que todos o tenham feito).
Adiantaria alguma coisa se a Folha, digamos, não publicasse a acusação ao pai da menina?
Salvaria a face do jornal, mas não salvaria o principal, que é a reputação do pai.
Nem importa, no caso, se vier a se comprovar que o pai é mesmo culpado. Não cabe ao delegado, ao menos nesta fase da investigação, dizer quem é ou não suspeito.
Se o pai for de fato culpado, será punido ao fim da investigação. Se for inocente, já está punido.

****

Fim da infância
Ruy Castro

RIO DE JANEIRO - Outro dia, em Guarulhos, perto de São Paulo, um garoto de 12 anos foi flagrado dirigindo um carro numa avenida mal-iluminada, à noite e em hora de movimento. Os pés do garoto mal alcançavam o acelerador e o freio, e ele quase não enxergava fora do veículo. A tia dele o estaria ensinando.
Poucos dias depois, em Itaquaquecetuba, também na Grande São Paulo, um menino de três anos entrou num carro sem que sua mãe percebesse e o pôs acidentalmente em movimento. O veículo desceu a rua, subiu a uma calçada e decepou a perna de uma garota de nove anos que brincava por ali.
Ainda em São Paulo, um casal foi preso ao tentar comprar uma menina recém-nascida, filha de uma mulher que dizia não ter recursos para criá-la. No Rio, um homem também foi preso por "alugar" o filho de quatro anos por R$ 50 para um traficante, que, de mãos dadas com a criança, pretendia não despertar suspeita ao embarcar com maconha na Central do Brasil.
Em Campos, no norte fluminense, uma professora encontrou um revólver calibre 32, carregado, na mochila de um menino de dez anos, seu aluno na 1ª série do fundamental. O garoto disse ter achado a arma no mato. Em Ribeirão das Neves, MG, outro garoto, este de três anos, também foi apanhado andando pela rua com uma arma, um 38 igualmente carregado. O revólver pertencia a seu pai.
Em compensação, em Brasília, um menino de oito anos, estudante da 5ª série do fundamental, prestou vestibular para o curso de direito da Universidade Paulista, em Goiânia, e foi aprovado. Claro que ele não poderá fazer o curso, mas que faculdade é essa cujas provas podem ser feitas por crianças? Parafraseando Machado de Assis, no nosso tempo ainda há jovens, mas são poucos. O Brasil os torna adultos cedo demais.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Mentira

Engraçado. O nome do blog é "Sua dose diária de mentira", mas não consegui produzir nada especial para o 1º de abril.

Se você faz questão, recomendo ler os jornais mais respeitados. Foram eles que apoiaram a "revolução" de 1º/04/64.

Cotidiano

Antes que seja tarde*, vamos ao texto do dia.
Hoje, pela terceira ou quarta vez, notei que, ao voltar da faculdade, os dois elevadores do prédio em que moro estavam nos mesmos locais. O de serviço no subsolo e o social no oitavo andar. Deixando de lado a estúpida segregação, é interessante notar que apesar da velocidade em que as coisas mudam, fazemos parte de uma “rotina coletiva”, por assim dizer.

A lembrança é desafiadora. Faz lembrar que é importante trabalhar para fazer o mundo um pouco diferente. Todo dia, a cada dia.


* Quando comecei o texto com essa expressão, lembrei do filme Antes de partir, que está em cartaz. Vale a pena ver, principalmente pelas atuações de Morgan Freeman e Jack Nicholson

segunda-feira, 31 de março de 2008

Pancadaria

Publiquei o texto abaixo no dia 23 de fevereiro de 2006, no antigo blog.
Fiz algumas correções e republico aqui.
Parece que para tratar da "política" de Brasília, basta escrever dois ou três textos. Bom para "cronistas" preguiçosos como este aprendiz.


A baixaria já começou. De novo.

O pessoal da vila ouviu falar que havia uma briga, daquelas feias, com puxão de cabelo, golpe baixo e chute no saco, ali na praça central. Eram Pedro Tucano e Paulo Barbudo. Irmãos gêmeos, os dois estão entre os seres mais poderosos da cidade e vivem se ameaçando. Briga de família, sabe como é. O fato é que os dois resolveram, de uma vez por todas, acabar com suas “diferenças”. Ou acabar um com o outro.

Chovera pela manhã, e a lama não deixava identificar os lutadores. Esperando ver sangue, a platéia aumentava, torcia e ficava atenta aos irmãos que se batiam, rebatiam e debatiam. Um vexame, como diria a mãe da família. Infelizmente, ela sofre de uma doença terminal e não conseguiu impedir a briga dos filhos.

Quando Tucano percebeu que o pessoal estava assistindo tudo, resolveu gritar as canalhices do Barbudo. Só que os dois são irmãos, ambos puxaram o pai, e genética é algo muito forte. E a inteligência, ou pelo menos a coerência, não são atributos da família. Azar de Tucano, que começou a gritar as próprias burradas.

Barbudo se aproveitou, deu uns três socos no Tucano e ganhou a simpatia do público, que já era grande. Digamos, uns 170 milhões. Eles esperavam para conhecer o seu (nem tão) novo comandante.


Em tempo: Após a briga, como bons irmãos, Tucano e Barbudo fizeram as pazes.

Em tempo 2: O nome da mãe? Pátria. A doença terminal? Você já conhece.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Conspiração

Está na Folha on-line:

Gestão Kassab diz que ação orquestrada prejudica trânsito de SP

Uma fonte “democrata” que não quis se identificar entregou para a Veja um dossiê que revela quem são os responsáveis: José Dirceu, Hugo Chávez, Fidel Castro, Evo Morales e Dilma Rousseff.

Tenha cuidado. Nunca se sabe o que essa corja é capaz de fazer.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Besta

A CPI da tapioca mista ainda está nos jornais. O assunto é banal, como explicou o ministro da CGU, Jorge Hage.

Enquete: o que é mais apavorante?
a) a (in) eficácia da oposição
b) a (in) capacidade cerebral de quem acredita nela

Enquanto deputados e senadores investigam o nada, a vida política continua. Na “banguela”.

Bestial

Avaliação positiva do governo Lula atinge maior nível desde 2003, diz CNI/Ibope

Ele avisou que fará o sucessor. Alguém duvida?

Genial

Pesos e medidas

Luis Fernando Veríssimo

Original aqui

''Dois pesos e duas medidas!" é a frase comumente usada para contestar um julgamento com critérios diferentes e injustiça flagrante para um dos lados. Como as leis, os pesos e as medidas devem ser iguais para todos. Como as leis, eles raramente são. Não que exista quilograma de pobre e quilograma de rico, ou que o metro varie de comprimento de acordo com a conveniência de quem mede. Mas é notório que certas coisas pesam mais e têm outra dimensão contra alguns do que contra outros. Eu até acho que essas diferenças deveriam ser padronizadas e se estabelecesse uma tabela de pesos e medidas para parte da população e outra tabela para outra parte. Em vez de ficarmos nessa eterna cobrança de justiça social, oportunidades iguais para todos, etc., no pressuposto de que todos estão sujeitos às mesmas normas, a começar pelas do sistema métrico, estaria claro que só determinado setor da sociedade teria direito à medição integral. Aos outros caberia uma espécie de sistema submétrico variável. Assim a frase "dois pesos e duas medidas!" deixaria de ser uma expressão de inconformidade com o tratamento desigual dado a coisas iguais - como a dos que se queixam que as nebulosidades do governo anterior não mereceram metade da atenção a imprensa dá às atuais, por exemplo - e seria apenas a aceitação de uma realidade brasileira. Oficializando-se dois sistemas separados se estaria assegurando a paz social e facilitando a compreensão da nossa história. E, afinal, só sacramentando o que já existe.

AOS TÍMIDOS
Como um tímido veterano, posso dar alguns conselhos aos que estão recém-descobrindo o martírio de enfrentar este terror, os outros, e a obrigação de se fazer ouvir, ter amigos, namorar, procriar e, enfim, viver, quando o que preferia era ficar quieto em casa. Ou, de preferência, no útero. Para começar, algumas coisas que não funcionam. Tentei todas e não deram certo. Decorar frase, por exemplo. Já fui com uma frase pronta para impressionar a menina e na hora saiu "Teus marilus verdes são como dois olhos, lagoa". Também resista à tentação de assumir um ar superior e dar a impressão que você não é tímido, é misterioso. Eu sou do tempo em que a gente usava chaveiro com correntinha (além de tope e topete, tope de gravata enorme e topete duro de Gumex ) e ficava girando a correntinha no dedo enquanto examinava as garotas na saída das matinés (eu sou do tempo das saídas de matinés). Um dia deu certo, a garota veio falar comigo, ou ver de perto o que mantinha o topete em pé, foi atingida pela hélice da correntinha e saiu furiosa. Melhor, porque eu não tinha nenhuma fala pronta, o que dirá misteriosa, que correspondesse à pose. Evite manobras calhordas, como identificar alguém tão tímido quanto você no grupo, e quando, por sacanagem, lhe pedirem um discurso, passar a palavra para ele. O mínimo que um tímido espera de outro é solidariedade. E não há momento mais temido na vida de um tímido do que quando lhe passam a palavra. Tente se convencer que você não é o alvo de todos os olhares e de todas as expectativas de vexame quando entra em qualquer recinto. Porque no fundo, a timidez é uma forma extrema de vaidade, pois é a certeza de que, onde o tímido estiver, ele é o centro das atenções, o que torna quase inevitável que errará a cadeira e sentará no chão, ou no colo da anfitriã. Convença-se, o mundo não está só esperando para ver qual é a próxima que você vai aprontar. E mire-se no meu exemplo. Depois que aposentei a correntinha e (suspiro) perdi o topete, namorei, procriei, fiz amigos, vivi e hoje até faço palestras, ou coisas parecidas. Mesmo com o secreto e permanente desejo, é verdade, de não estar ali, estar quieto em casa.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Mais ou menos

Está no Uol:

Produtora da música 'Um Tapinha Não Dói' é multada

A decisão judicial é bem interessante, apesar de ter saído com um "pequeno" atraso (a ação foi movida pelo MPF e pela ONG Themis Assessoria Jurídica e Estudos de Gênero há 7 anos).

Mas a notícia precisa de uma correção. As aspas estão no lugar errado. O correto seria:
Produtora da "música" Um Tapinha Não Dói é multada

terça-feira, 25 de março de 2008

Exemplo

Publico este comentário com atraso. Mesmo assim, creio que vale a pena só pela pequena amostra da genialidade de Carlos Heitor Cony, que na humilde opinião deste aprendiz é um dos atuais dois melhores cronistas do país, ao lado de Luis Fernando Veríssimo.

Segunda-feira, cerca de 8h30, rádio CBN. Adalberto Piotto chama Cony e Arthur Xexéo para o quadro “Liberdade de Expressão”. O tema do dia é a recepção de “celebridade” dispensada à prostituta (sim, esse é o termo mais adequado) Andréia Schwartz. Ela é testemunha-chave (seja lá o que isso signifique) do escândalo sexual que culminou com a renúncia do governador de Nova Iorque, Eliot Spitzer. Acontece que ao desembarcar em Vitória, sua cidade natal, Andréia solicitou ajuda à Infraero, pois alguns jornalistas a esperavam no saguão de desembarque. A empresa pública providenciou um carro que a buscou na pista e a levou até o estacionamento.

Após os comentários óbvios sobre a fabricação e o consumo de personalidades instantâneas, o cronista lembrou: “Eu, por acaso, saí uma vez do aeroporto com todas as honras de celebridade. Um rabecão me pegou no avião e me levou para a cadeia”.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Sujeira

No sábado, com atraso, soube que Paulo Henrique Amorim foi demitido pelo IG. Em solidariedade ao colega, Mino Carta desativou o blog que hospedava no portal. Não precisa explicar muito. Basta saber quais eram os alvos das críticas e denúncias do antigo Conversa Afiada.

O site continua, agora em novo endereço: www.paulohenriqueamorim.com.br.

Em tempo: interessante como o nome do portal combina com o Partido da Imprensa Golpista, o PIG.

quinta-feira, 20 de março de 2008

É mesmo?

Transcrevo abaixo uma reportagem publicada hoje pelo Estadão

Legislativo de SP é lento e caro, diz estudo

Para o Movimento Voto Consciente, Assembléia deve mudar dinâmica

Elizabeth Lopes

O primeiro ano de trabalho dos deputados da Assembléia Legislativa de São Paulo, na atual legislatura, deixa muito a desejar, expõe números preocupantes e indica a necessidade de reformulação em sua dinâmica de trabalho. A conclusão é de uma radiografia realizada pelo Movimento Voto Consciente. Segundo a coordenadora do trabalho, Rosangela Torrezan Giembinsky, a pauta da Casa está trancada com mais de 800 projetos aguardando votação, o que dificulta o bom andamento da atividade parlamentar.

Ela destaca também as despesas elevadas. 'O total de gastos com pessoal nos gabinetes supera R$ 80 mil mensais.' Para Rosangela, as eleições municipais deste ano vão refletir negativamente na produtividade, sobretudo no segundo semestre. 'Deve haver um recesso branco porque cerca de 30 deputados - ou um terço da Casa - devem disputar as eleições.'

O trabalho do Voto Consciente, entidade apartidária criada em 1987 e formada por voluntários para acompanhar a atuação de parlamentares nas Câmaras Municipais e na Assembléia paulista, comparou o primeiro ano da atual legislatura, iniciada em março de 2007, com o mesmo período da legislatura anterior (março de 2003 a março de 2004). Foi constatado que o número de projetos apresentados pelos atuais deputados é 5% maior. Em contrapartida, o total de projetos aprovados é cerca de 30% menor.

'Esses dados nos preocupam à medida que a Assembléia não realiza também seu papel fundamental, que é o de fiscalizar as ações do Executivo', diz Rosangela. Um dos dados que mais chamaram a atenção da coordenadora foi a quantidade de projetos parados. São 851, ante 176 no mesmo período em análise da legislatura passada.

Para limpar a pauta, com a atual dinâmica da Casa, seriam necessários cinco anos de trabalho ininterrupto. Rosangela cita o exemplo de um projeto que pede a decretação de calamidade pública em uma cidade do Estado, em 1989. 'Do jeito que a pauta está trancada, essa cidade já nem deve estar mais no mapa.' O levantamento também aponta como um problema a quantidade de comissões, 22 no total. 'A combinação de excessivo número de comissões e baixo número de reuniões resulta em prejuízos aos cidadãos paulistas. (...) Talvez por isso se reforcem as teses de que a Assembléia é um poder submisso aos interesses do Executivo.'

O Movimento Voto Consciente destaca que, no expressivo número de projetos apresentados neste último ano - 1.318 -, a qualidade não foi observada. 'Parte expressiva é inconstitucional. (...) Outra parte, ainda maior, não tem impacto algum sobre o cotidiano do Estado, trata-se das tradicionais homenagens, mudança de nomes de logradouros e instituições de datas comemorativas que, somadas, preenchem dezenas de calendários e chegam a ser 90% dos projetos aprovados.'

Merece pesada crítica da entidade o fato de cada deputado dispor de verba no Orçamento para destinar a entidades, instituições ou ONGs. 'Entendemos que a correlação entre o dinheiro público e o nome de um parlamentar caracteriza utilização indevida da verba do Estado em benefício próprio, autopromoção', diz Rosangela.

TRANSPARÊNCIA
O presidente da Assembléia, Vaz de Lima (PSDB), afirma que o levantamento do Movimento Voto Consciente teve um enfoque muito mais técnico e, do ponto de vista político, as críticas precisam ser reavaliadas. 'Esta é uma casa legislativa política e, portanto, há um equívoco na crítica de que temos a pauta travada', argumenta. 'Mesmo com mais de 800 projetos na ordem do dia, temos um instrumento que permite a inversão de pauta e, por essa razão, os assuntos prioritários não deixam de ser votados com a devida urgência.'

Vaz de Lima avalia que a Assembléia avançou muito no primeiro ano e cita a transparência como exemplo. 'Colocamos TV por internet nos plenários e com isso a população pode fiscalizar e acompanhar o nosso trabalho', diz. 'Nossas contas, todas elas, estão disponibilizadas na internet, inclusive as verbas e os gastos com cartão.'

quarta-feira, 19 de março de 2008

Temperamental

Separei alguns títulos dos cadernos de economia desta semana.
Ontem pela manhã: Estrangeiro foge do risco, e Bolsa de SP recua 3,19%
Hoje pela manhã: Bovespa sobe 3,2% com atuação do Fed
Hoje à noite: Bolsa perde 5,01% e tem 2ª maior queda do ano

Afinal, quem consegue compreender o Senhor Mercado?
Aliás, vale perguntar de novo. Será que ele está velho demais?

terça-feira, 18 de março de 2008

Desculpas

Aos leitores (todos os dois), peço que perdoem a falha deste aprendiz com seu compromisso diário neste espaço. Infelizmente (para mim), perdi algumas horas com uma gripe, que até poucos minutos me mantinha "derrubado".

Mas podem parar as comemorações. Não é dengue ou febre amarela. Amanhã, se tudo voltar ao normal, tudo volta ao normal.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Vai entender

Mais uma prova de que no Brasil não temos partidos políticos. As duas matérias abaixo estavam em destaque no site da Folha. Ideologicamente, dá pra dizer que existe situação e oposição?

Líder do PSDB diz que negociações sobre aliança com PT em BH estão avançadas

PT negocia aliança com PMDB para as próximas eleições

E insistem em dizer que o povo é iletrado e não se interessa por política. Com esses “partidos”, não dava pra esperar outra coisa.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Independência?

Enquanto todos querem fazer o país crescer, o BC sinaliza que aumentará os juros básicos.
Faltou sintonia?
A autonomia do Banco Central faz bem para o Brasil?

quinta-feira, 13 de março de 2008

Percebe a relação?

Governo cede aos Estados e consegue aprovar Orçamento

Chuva provoca 22 pontos de alagamento em SP

Se votarem a “reforma tributária” em 2008, prepare o seu bote salva-vidas.

Modelo

Está no Uol:
Oposição começa a obstruir trabalhos no Senado

Mais um exemplo do “debate ideológico” promovido pelos “partidos políticos” de nosso país. Destaque para a declaração do líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio: “se não der para aprovar, dane-se”.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Cadê a notícia?

No final da tarde de ontem, enquanto comia um lanche, liguei a televisão. Depois de mudar de canal algumas vezes, fui surpreendido pela gritaria de um apresentador. Pensei que seria uma notícia inusitada.
Pois é. Não era.


Tortura e violência

Separei duas reportagens sobre uma pesquisa do Ibope que trouxe um dado interessante: 26% dos brasileiros aprovam o uso de tortura em interrogatórios policiais

Jornal da Gazeta

O Globo

Segundo a pesquisa, a conivência cresce entre pessoas com maior poder aquisitivo e nível de escolaridade. A classe média brasileira compreende 31,7% da população.

Pergunto novamente: O pobre ou o rico. Quem é mais violento? E quem sofre mais com a violência?

terça-feira, 11 de março de 2008

Pontuais

Considerações sobre o que se publicou nos jornais de hoje.

Países ricos pedem ajuda de emergentes
Se ler só o título, parece “O dia depois de amanhã”

Jovem de 16 ateia fogo em colega de 14
Quem disse que bullying é coisa dos EUA?


Vai entender
Está no Painel da Folha:
“Nossa elite branca, que tanto se incomoda com o continuísmo de Chávez, não vê problema no fato de Uribe querer mudar a regra do jogo para disputar o terceiro mandato.”

Adivinhe de quem é a frase.
Marilena Chauí?
José Dirceu?
Plínio de Arruda Sampaio?
Emir Sader?

Não. É do ex-governador paulista Cláudio Lembo.

Sim, ele ainda está na filial brasileira do partido republicano. O que será que Rodrigo Maia e ACM Neto irão dizer?

segunda-feira, 10 de março de 2008

Filosofia

Mais duas do sábio Fiat Sentencius, que passou novamente por aqui:

Se para bom entendedor meia palavra basta, quantas frases precisa um entendedor de meia tigela?

Higiene é importante!
Se tu leres a Veja,
Lave a mão com desinfetante.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Escuto tiros

Uma quase terceira guerra do mundo
Uma quase guerra no terceiro mundo

Começo de ano

Dizem que os “políticos” do Brasil só funcionam após o carnaval. Eu acho que isso é uma grande besteira.
Olha só o que a Folha Online estampa hoje:
Sem acordo, votação do Orçamento 2008 fica para quarta-feira

E tem gente preocupada com a tapioca.

quarta-feira, 5 de março de 2008

A culpa é do Chávez

As manchetes dos jornalões paulistanos de hoje:
Folha: Bush apóia Colômbia e ataca Chávez
Estado: Colômbia alega na OEA que agiu contra o terror

Está deflagrada a luta do “bem contra o mal”. É, de novo, a guerra contra o terrorismo, em nome da liberdade. Típico da personalidade simplória dos líderes estadunidenses e de seus aliados.

Aqui no porão, tem gente acreditando que Chávez é o culpado pela crise diplomática. Me expliquem como. O exército da Colômbia invade o Equador sem pedir licença ou desculpas. O presidente Rafael Correa defende a soberania de seu país e exige retratação. A marionete de Bush inventa uma ligação entre Correa, Chávez e as Farc. Pronto, o maquiavélico, ditador sanguinário e representante das forças malignas é o culpado.

Aqui entre nós, quem acredita na colaboração dos governos de Equador e Venezuela com o "terrorismo"? São os mesmos que acreditaram nas "provas" de que o Iraque teria armas de destruição em massa? Ou os que compraram a idéia da “ameaça comunista” no Brasil, em 37 e 64? A gente imagina como essas histórias terminam, se é que chegam ao fim.


Aviso importante! Cuidado! Se você tropeçar num dos buracos das calçadas de São Paulo, os “democratas” explicarão: “A culpa é do Chávez. Ele tem uma ligação com um grupo armado que prepara armadilhas para a classe média paulistana. Isso faz parte de seu plano de reeleição ilimitada”. Mainardi vai comprar a idéia e incluir Lula e Morales no esquema. A turma que acredita na Veja vai achar que é tudo verdade. E ninguém vai gastar uma linha na re-reeleição de Uribe.

Kalzaereo

Da Folha:
Greve na Alemanha paralisa aeroportos e cancela 140 vôos

terça-feira, 4 de março de 2008

Político profissional - reportagem

Conforme prometido, e antes que seja tarde, publico a reportagem. Espero (tenho certeza) que os editores do Rudge Ramos On-line não verão isto.


Político profissional?

Danilo Maeda
Guilherme Martinelli

Em ano de eleições municipais, é normal imaginar que a Câmara de Vereadores se renove, certo? Errado. Pelo menos não é assim que funciona na maioria dos municípios do ABC.

Em São Caetano, de todos os vereadores eleitos, apenas um, Edgar Nóbrega (PT), está no seu primeiro mandato. Os outros dez vereadores já se encontram no mínimo em sua segunda gestão, e entre eles, três já passaram do quarto mandato.

Nas últimas eleições de São Bernardo, cidade mais populosa da região, apenas sete vereadores foram levados ao cargo pela primeira vez, contra 14 reeleitos. De acordo com levantamento feito pelo Rudge Ramos on-line, o quadro pode ser agravado nas próximas eleições. Dos 21 vereadores da cidade, somente três não irão concorrer à reeleição em outubro. Um deles, José Tavares, porque estará como vice-prefeito na chapa de seu partido, o PC do B. Ou seja, se depender dos atuais parlamentares, a Câmara continua como está.

Alguns casos de reeleições por diversas legislaturas chamam a atenção. Na cidade, há 11 parlamentares com mais de três mandatos. O vereador com mais tempo de casa é Lenildo Magdalena, do PSB. Ele está na sua 11ª legislatura. Tentará reeleição em 2008. Desde 1956, quando foi eleito pela primeira vez, ficou de fora somente em um mandato, de 1989 a 1992, os quatro anos em que o PT administrou a cidade. Outro nome conhecido do eleitor sãobernardense é Ary de Oliveira, também do PSB, que tentará ser escolhido para o sexto mandato. Ele explica porque nunca concorreu a outro cargo público. “Nunca tive intenção de sair. Me propus ser candidato a vereador e ter contato mais direto com o pessoal”.

Segundo o cientista político Rui Tavares Maluf, é normal, nas democracias, que a vida política se torne uma profissão. “Numa sociedade democrática, a única forma de atrair as pessoas, é fazer com que elas tenham uma continuidade”. Porém, ele destaca a necessidade de controle público sobre a classe política. “O que me parece mais importante é saber se essa classe política ‘profissional’ tem ou não qualidade”, comenta.

Para os candidatos a debutar na vida política, a tradição de continuísmo da Câmara Municipal é prejudicial à cidade. Segundo a candidata Regina Peres, do PMDB, que tentará o cargo de vereadora pela segunda vez, a renovação é importante. “Senão se esquece da natureza do cargo e ser vereador acaba virando uma profissão”, comentou. Para ela, também seria benéfico que as mulheres tivessem mais espaço na Câmara. “O pessoal não acredita em mulheres. Só temos uma, a Dra. Julieta (PSB)”.

Escolinha de política
Com a “profissionalização” dos cargos públicos, surgiram no Brasil diversos cursos de especialização em gestão de políticas públicas. A Universidade de São Paulo oferece inclusive um curso de graduação na área. No ABC, a Universidade Federal começará em março as aulas de seu primeiro curso de extensão em gestão metropolitana. As 30 vagas foram preenchidas e ainda há uma fila de espera de candidatos. Os especialistas consideram que este movimento é positivo.

Segundo Tavares Maluf, que leciona no curso de gestão pública da Fundação Escola de Sociologia e Política, os cursos são “mais do que necessários”. Mas ele faz uma ressalva: “as pessoas se matriculam, fazem o curso e não é tão difícil conseguir o certificado. O mais difícil é saber como a pessoa conseguirá colocar as coisas em prática, porque depende de método e de conhecimento, mas também de princípios”, concluiu.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Político profissional 2

Creio que publicarei a reportagem completa ainda esta semana, aqui no blog.

Por enquanto, transcrevo a rápida entrevista que fiz com o vereador de São Bernardo Ary Oliveira (PSB), que tentará ser eleito para o 6° mandato em outubro.

Porque o senhor nunca concorreu a outros cargos públicos?
No caso, nunca tive intenção de sair. Me propus ser candidato a vereador e ter contato mais direto com o pessoal.

O que acha dos cursos de formação em gestão pública?
Eu acho que esse curso é muito bom. Em escola particular já existe. É muito importante, porque tem muitos políticos que pleiteiam cargo público eletivo sem sequer saber o que significa o cargo e a função dele. Vejo candidatos a vereador falando de problemas nacionais, estaduais, até internacionais. Isso é de outra alçada e prova o desconhecimento. A pessoa não sabe o que significa ser vereador e mesmo assim pleiteia o cargo.

Você já fez algum desses cursos?
Não, eu não fiz. No caso não havia na época em que entrei, mas procurei ler muito e tem alguns livros que falam a respeito, escritos até por parlamentares da velha guarda, que são interessantes. A gente vai adquirindo conhecimento para conhecer melhor a função. Mas os cursos são sensacionais para não ter que aprender na prática.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Aprendiz recomenda

A Agência Carta Maior traduziu uma entrevista do cantor cubano Silvio Rodriguez ao jornal italiano Il Manifesto. Uma boa leitura para quem quer um ponto de vista diferente sobre o momento político da ilha:

"O socialismo cubano não deve deixar de sonhar"

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Político profissional

Estou produzindo uma reportagem especial, junto com o Guilherme Martinelli, sobre "políticos profissionais". Atualmente proliferam cursos de especialização em gestão de políticas públicas, voltados para administradores que tratam o cargo público como profissão, como aqueles vereadores que se reelegem por diversos mandatos, em seqüência. Numa rápida pesquisa, olha só o caso que encontrei hoje, de um vereador de São Bernardo:

Lenildo Magdalena
Está na 11ª legislatura. Desde 1956, ficou fora de somente um mandato, nos quatro anos em que o PT administrou a cidade. Tentará reeleição em 2008.
Nome: Lenildo Freitas Magdalena
Partido: PSB
Votos na última eleição: 4.975

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

McMosquito

Olha que interessante o release que recebi hoje do Pauta Social:

McDonald’s e Ministério da Saúde anunciam parceria na luta contra a dengue

Em primeiro lugar, da parte deste que maltrata o teclado, a rede de lanchonetes não parece a melhor opção de parceria para o Ministério da Saúde na área. A turma do Ronald deveria ser convocada para combater o colesterol, não o Aedes aegypti.
Outra coisa: o título leva a crer que a empresa fará algo diferente, inovador. Na verdade, a “parceria” consiste em algumas informações sobre prevenção e combate ao mosquito divulgadas nos displays de mesa e em cartazes nas salas de funcionários. Pronto. Só isso. Para este aprendiz, a rede continua aquém da obrigação de atuar com responsabilidade social.


*O texto estava com um erro, corrigido às 20:55

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Os pês

Republico um texto do antigo blog, de outubro do ano passado. Tem coisas que continuam atuais...

Cansei de política!
Tem certeza?

Com os seguidos fiascos do teatro brasiliense, diminui cada vez mais o interesse da população por temas político partidários*. Há um sentimento geral de que pelas vias institucionais as coisas não vão mudar.

Contudo, isso não significa que estamos desiludidos com a política. Basta não cair no erro (bastante comum) de confundir a farsa encenada no planalto com o sentido mais puro da palavra.
Na concepção deste aprendiz, política compreende todos os assuntos de interesse público. Pensando dessa forma, todas nossas decisões são decisões políticas. Afinal, sempre que agimos (ou não) há implicações na vida de terceiros. Até mesmo a decisão de denominar-se “apolítico” é uma decisão política. É inclusive bastante egoísta. Somos portanto, cotidiana e ininterruptamente, seres políticos. Desde que decidimos pela vida em sociedade.
Nada disso diminui, obviamente, o fracasso das instituições brasileiras. Mas o importante é pensar, de uma forma simples, nas prioridades de nossas decisões.

A atual postura individualista, que abandonou as idéias e luta pelo poder, saiu de Brasília para contaminar o país ou foi levada por nós?
Não se trata de uma cruzada pela ética, mas de uma sugestão. Será que avaliamos as conseqüências de nossas decisões? O que vem primeiro, entre nós pobres mortais, o interesse pessoal ou o público?

* Temos de pensar numa alternativa brasileira para este termo. Como podemos ter política partidária num país em que os partidos políticos são carentes de ideologia?

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Trote de elite

Calouro é agredido por veteranos em trote em faculdade de SP
A notícia é da semana passada. O problema é mais antigo.

O rapaz agredido ingressaria no curso de publicidade da Uninove, aquela do Bernardinho. A escolha parece lógica, afinal dizem que essa faculdade é boa só na propaganda. De qualquer forma, para um operador de empilhadeira como Márcio Marques da Silva, é melhor pagar para estudar do que enfrentar a concorrência desleal de quem, com 18 ou 19 anos de idade, não precisa trabalhar.

O fato é que, após a primeira aula do ano, Márcio não quis participar do trote, pois precisava chegar no serviço a tempo. À força, não o deixaram ir embora. Talvez os agressores, veteranos universitários, não entendessem a sua realidade. Pode ser que na imaginação dos filhos da classe medíocre, um trabalho seja só um emprego. Um operador de empilhadeira seja um Zé Ninguém. A dor do pobre dói menos.

A sociedade é violenta. A violência vem de onde?
E dizem que o pobre é iletrado.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Sexta com seis links

Hoje é sexta-feira. Os leitores (todos os dois) já sabem. Dia de comentar as “notícias da semana” que não apareceram por aqui entre segunda e quinta.

Acredite se puder
Brasil deixa de ser devedor e passa a ser credor internacional
Dólar e desemprego em baixa! Reforma tributária no Congresso!! Pitta e Maluf condenados!!! Fim da dívida externa!!!!
Quem diria!? Só falta o estádio do Corinthians sair do papel...

Perde-ganha
Redução da carga após o fim da CPMF não foi repassada aos preços
Em dezembro, este aprendiz perguntou quem pagaria a conta. Lembra?

Recomendo
Colonistas e pitaqueiros, prestem atenção neste artigo. É assim que se opina. Pode-se não concordar com Washington Novaes, mas seu texto saiu do achismo e se fundamentou com dados e opiniões de especialistas relevantes.
Outro bom texto publicado nos jornalões de hoje é de Filipe Campante, na Folha de S. Paulo (link só para assinantes)

Rinha
Senadores do PMDB e PSDB trocam insultos e quase saem no tapa
O título da reportagem do estadão sobre o assunto foi 'Vossa Excelência é um vagabundo'. Adivinha só o motivo da briga. Isso mesmo: tapioca!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Piada pronta

Cristiano Ronaldo é vítima de 'raio laser' em jogo da Liga
Não. Raio laser não é o apelido de algum zagueiro especialmente rápido e violento. É um daqueles indicadores que se usa em apresentações e palestras. O Manchester formalizou uma reclamação na Uefa. E sim, a menos que o Estadão tenha cometido um erro terrível, a notícia é verdadeira.

Para você, a reclamação é:
a) Coisa de quem joga no Jardim Leonor
b) Besteira. Ele não precisava disso
c) Estranha. Cristiano deveria estar acostumado com luzes em sua direção
d) Justa. O raio era verde e Cristiano não pode se expor à kriptonita
e) Corretíssima. Raio laser nos lhos dos outros é refresco
f) Só engraçada mesmo

Não vou entrar no mérito da questão, mas se o torcedor conseguiu acertar o raio nos olhos de Cristiano Ronaldo, não deve ser punido. Tem é que ser contratado pelo serviço de inteligência da polícia francesa. Com tanta mira, é inegável que a pessoa tem talento para atirador de elite.

Democratas?

O SPTV de hoje trouxe notícia que não encontrei nos jornais. A prefeitura de São Paulo anunciou o fechamento de 4 bibliotecas por “falta de leitores”. Novamente, a filial brasileira do partido republicano nos EUA está de parabéns. Isso sim é competência administrativa. Os gráficos de “otimização” de recursos estarão lindos no próximo mês. Bom para quem paga pra estudar e consegue interpretá-los.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Veja só

Para garantir que não passarei o dia sem atualizações, deixo aqui a indicação para a série de artigos do Luis Nassif, sobre as fraudes arquitetadas por alguns "jornalistas" da revista mais "recomendada" do país.
O trabalho é excelente. Bem fundamentado, claro e completo. Fica fácil perceber como se deu o envolvimento de chefes e "colonistas" (veja o significado aqui) com "personalidades" como Daniel Dantas.

O folhetim pensou que não ninguém perceberia, ou que ficariam todos quietos.
Mas Nassif não é Naïf.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Dia cheio

Confesso que fiquei um pouco perdido e não escolhi um assunto para o texto de hoje. Aconteceram várias coisas interessantes e o tempo “livre” deste aprendiz está cada vez mais escasso. Não faltam assuntos, faltam minutos para refletir sobre eles. Por isso comento um pouquinho de vários, como já virou rotina.

Despedida
A renúncia de Fidel não é surpresa. Também não é perspectiva de mudança em um país que, por mais que não se diga, atingiu um dos melhores níveis de justiça social do continente. Por mais que não se diga, os avanços em saúde, educação e combate à miséria foram construídos por um regime que tem apoio da população. Por mais que não se diga, qualquer movimento oposicionista com o mínimo apoio popular teria sucesso na ilha. Por mais que não se diga, Cuba está geograficamente ao lado do império. Politicamente, está tão longe que parece outro mundo.

Volto ao líder da revolução. É o ícone de uma geração que lutou pela liberdade. O povo cubano perde um comandante e certamente ficará abalado. Apesar disso, nas eleições deste ano os cubanos renovarão a decisão feita em 59: construir um Estado que preza pela justiça social. Cuba sem Fidel. O regime continua. O embargo também.

Farinha de mandioca
O Conversa Afiada trouxe novidades sobre a tapioca paulista. Os colegas mais "recomendados" não publicaram sequer uma linha sobre o assunto. Lembro que o gasto paulista é maior que o brasiliense. Acompanharei ambos. Em breve, conto aqui o final das histórias. Só não acompanho CPI. O blog é pobre, mas é limpinho.

Frente Parlamentar defenderá quilombos
Transcrevo a reportagem do Estadão:
Será constituída em março, no Congresso, a Frente Parlamentar em Defesa dos Quilombos. Seu organizador, o deputado Vicentinho (PT-SP), conseguiu a adesão de 219 parlamentares para a proposta - 49 a mais do que as 170 exigidas pela lei. O primeiro objetivo do grupo será estimular a consolidação dos milhares de quilombos que reivindicam terra por todo o País. Na outra ponta desse movimento, parlamentares do DEM aguardam o julgamento pelo Supremo Tribunal Federal da ação direta de inconstitucionalidade com a qual pretendem anular o decreto presidencial que regulamentou os quilombos.

Destaque para a filial brasileira do partido republicano nos EUA. Belo trabalho, reaças. Ops, democratas. A intenção era exaltar a história de violência e preconceito do nosso país, certo?

MST coloca Justiça de joelhos, diz fazendeiro
Isso mesmo. A Justiça no Brasil privilegia o pobre. É só lembrar do massacre de Eldorado dos Carajás.

OAB quer apurar sumiço de documentos
Ufa. Há tempos a OAB não aparece por cumprir sua função. Ou só eu acho que o órgão anda “palpiteiro” demais?

Cristovam defende gestão do reitor da UnB no Senado
Bola fora do senador que ganhou simpatia de muita gente na campanha de 2006.

Pitta é condenado a 4 anos de detenção
Esta notícia está aqui mais como um destaque mesmo. Quem diria, não?

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

No grito

Não gosto de fazer comparações com o futebol. Fica sempre aquele ar de que existem somente dois lados: o bom e o mau. O certo e o errado. Na “política” de Brasília, por exemplo, não é assim. As coisas são mais complexas e os jogadores não se dividem em apenas dois times.

Você leu o parágrafo anterior e agora vai perceber minha incoerência. Uma das polêmicas que envolvem a criação da CPI da Tapioca Mista me lembra o ludopédio. Nós, homens, passamos horas no embate “foi falta ou não foi” e nunca chegamos a conclusões. Primeiro porque é divertido debater o assunto. Depois porque aplicar a regra do jogo depende de interpretação. É aí que ficamos confusos. Apesar do longo debate, o conceito de “falta” não é definitivo. Depende de quem vê.

Já explico o que isso tem a ver com a “política” brasiliense. O ex-presidente FHC disse que a CPI da Tapioca Mista não deve investigar os gastos de seu governo, pois fugirá do “fato determinado”. Meus botões perguntam: mas afinal, o que é fato determinado? Se investigar desde 98 não é, porque a partir 2002 seria?

O conceito não é definitivo. Precisa de interpretação. A diferença para o futebol profissional é que no campo há alguém responsável pela decisão. Apitou é falta. Em Brasília é como o rachão de domingo. O juiz não apitou, mas os jogadores querem decidir se foi falta ou não. No grito.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Inquérito

Leio hoje no Estadão que a CGU (Controladoria Geral da União) investigou os gastos no cartão corporativo do ministro da Pesca, Altemir Gregolin, mas não encontrou irregularidades. Muito barulho por nada, pelo menos neste caso.
Agora, me restou uma dúvida. Se o jornal mais demolidor do país mostrou que há órgãos competentes e adequados para investigar o caso, para que serve a CPI da tapioca mista?

- Entreter a única classe social que acredita em papai noel, veja, CPI e Rodrigo Maia
- Desgastar a imagem do eterno metalúrgico nessa classe
- Desmoralizar os competentes colegas de Rodrigo Maia (ainda mais?)
- Criar pautas para sites de humor
- Ensinar nomes de ministros “hipoativos” como Altemir Gregolin, Matilde Ribeiro e Orlando Silva
- Esquecer a “tapioca paulista
- Aumentar a audiência da TV Senado



PS: O leitor deve agradecer aos céus pela falta de tempo que impede este aprendiz de escrever algumas linhas a mais.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Secos e molhados

Alguns dias atrás perguntei a quem interessa a falta de regulamentação na propaganda e venda de bebidas alcoólicas no Brasil.
Hoje o Estadão dedicou uma página inteira a reportagens que, de certa forma, ajudam a encontrar a resposta:

Camelô dribla lei e vende cachaça na Dutra
Ambulantes também oferecem cerveja; comerciantes legais têm prejuízo de até R$ 20 mil

Cercada por BRs, Brasília vira 'ilha seca'
Até shopping center é afetado pela MP que impede venda de bebidas alcoólicas; mais de 300 comerciantes locais já recorreram à Justiça

PRF: fiscalização até em padarias

Gerente vira garçom para manter emprego
No Rio, salário cai a menos da metade em restaurante de estrada que servia vinho

Quem ganha e quem perde?
A medida está em vigor desde 1º de fevereiro de 2008. Houve redução no número de mortes nas estradas no carnaval deste ano. A relação causa-conseqüência ainda não foi comprovada cientificamente, mas é bastante provável. É óbvia, se considerarmos a alta incidência de acidentes relacionados ao consumo de álcool.
De qualquer forma, a economia em saúde pública (e em vidas!) compensa os eventuais prejuízos de alguns restaurantes. O problema é que a MP sinaliza uma mudança de postura política. Desagradável para quem está acostumado a ditar as regras.
Seria interessante ver as empresas que defendem a venda e a propaganda do álcool arcar com os custos médicos gerados pelo uso de seu produto. Lembram de O informante?

Aliás, as reportagens do estadão me lembraram outro filme: Obrigado por fumar.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Virtuoso

Neste momento, a maior taxa de nerds por metro quadrado do mundo está em São Paulo, mais precisamente na Bienal. Lá, 2700 pessoas estão acampadas desde segunda. Eles participam da feira de tecnologia Campus Party. Algumas novidades espantam. A conexão de 5Gb também. Não acompanhei as palestras, mas me parece que muito se discute sobre uma concepção da internet como rede de pessoas, não de computadores. O conceito parece adequado, até por que a “inclusão digital” precisa avançar.
O encontro me fez lembrar de um singelo poema, escrito há mais de um ano.

Mutismo virtual

Essa história é de um menino
Do tipo quieto, tipo tímido
Não tinha sorte com garotas
E ele sempre está sozinho

E um cientista bem maluco
Inventou uma criação
Que dá brinquedo pras crianças
Não dá trabalho pro patrão

E o rapaz lá do começo
Se alegrou com a invenção
“vou ter um relacionamento
De longe sim. Problema não

Esse tal de ce pe ú
É realmente uma beleza
Bill Gueites fez o méssiene
E eu escondi minha gagueira”

Mas o coitado, tão fraquinho
Viciou na brincadeira.
Dia e noite, noite e dia
Não saia da cadeira

E um dia a paquera
Pediu pra telefonar
Mas de tanto escrever
Ele não sabia mais falar!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Breves

Hoje o tempo está curto, por isso publico somente alguns rápidos comentários sobre os que considerei assuntos do dia.

Polícia acha bebida em carro de amigas mortas em acidente
Não foi provado que a motorista estava bêbada. De qualquer forma, segundo pesquisa realizada em SP, 42,7% das mortes no trânsito estão relacionadas com o álcool. É questão de saúde pública e precisa ser enfrentada como tal. A propaganda de bebidas alcoólicas tem de ser controlada, e isso não é atentado à liberdade. A atual libertinagem, por outro lado, é um atentado à saúde pública. A quem interessa a situação?

Assembléia de SP: Líder petista coleta assinaturas para instalação de CPI
O gasto com cartões corporativos (o nome é esse mesmo) no estado foi maior que na União. Mesmo assim, a notícia sobre a CPI paulista teve 6 linhas. Já a CPI da Tapioca Mista de Brasília...

Do Estadão: Sarkozy despenca 10 pontos em nova pesquisa
Da Folha: Socialistas lideram disputa por prefeituras
Ligou?

OAB quer modificar legislação
Quem ler só o título pensa: “oba, podemos fechar o congresso!”

Militares devem defender país ante "espionagem" dos EUA, diz Morales
A declaração do presidente boliviano: “Vocês, como integrantes das Forças Armadas, têm a obrigação de fazer respeitar a soberania do nosso povo [...] Não é porque somos um país pobre que algumas pessoas de algumas embaixadas podem nos mandar espiões”. Na livre tradução deste aprendiz: “Respeitem sua pátria. Isto aqui não é Brasil”.

França: controladores de tráfego aéreo entram em greve
Isso mesmo: causaéreo! Será que os jornalistas de lá tentarão derrubar o presidente?

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

O gigante

Não lembro quando nem onde foi a primeira vez que ouvi a frase “O Brasil é um gigante adormecido”. Sei que essas palavras aparecem com freqüência na castigada memória deste aprendiz. O pior (faço isso sem a pretensão de uma análise profissional) é que se olharmos para nossa curta história, a afirmação faz sentido. Palmares, Canudos, Inconfidência, Coluna Prestes*. Quem tentou mudar a ordem das coisas fracassou. O samba simplifica: deixa a vida me levar... Dá samba e, na metrópole, daria até publicidade. Brasil: 508 anos servindo você.

Tradição é tradição. Poderíamos Mudar De Brasil, mas somos conservadores. Desde 1966, em Brasília, convivemos com um gigante adormecido (ou entorpecido). Sua capacidade é grande, sua ambição também. Por outro lado, sua disposição é pequena e sua motivação é mesquinha. Às vezes ele se levanta e faz algum barulho. Os vizinhos apressam em agradá-lo e tudo volta à tranqüilidade.

Se o gigante fosse um partido político, poderia fazer muito pelo Brasil. Não é e não faz.


* O “fracasso” da Coluna é contestável

Tapioca

Em Brasília, inventaram a CPI da Tapioca Mista. É de presunto e queijo.
Aposto cinco centavos (no cartão corporativo) que vai acabar em pizza. Até porque o “escândalo” é tão desimportante quanto o último, que envolveu aquele senador... é... qual o nome mesmo?

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Mudança?

A coluna de Carlos Heitor Cony na Folha de ontem traduziu com a genialidade habitual o que este aprendiz havia comentado com alguns colegas, sobre a cobertura das eleições estadunidenses. O texto de hoje trataria do tema, mas achei melhor poupar os dois leitores do castigo que seria ler minhas palavras. É mais adequado, simples e agradável transcrever o acadêmico:

Tempo de palpites

RIO DE JANEIRO - Sempre achei ridícula a tendência da mídia de futebolizar todos assuntos, transformando-os numa espécie de luta entre bons e maus, de vermelhos contra azuis, de Fla x Flu com infinitas variações. Da eleição de um papa ao melhor estandarte de uma escola de samba, os entendidos são pródigos em análises e prognósticos, havendo mesmo uma certa emulação para sagrar quem acerta o placar, uma loteria esportiva que, na maioria dos casos, não tem vencedor.
É bem verdade que somos condenados a nos interessar pelas eleições presidenciais nos Estados Unidos. Formadores e informadores de opinião torcem desbragadamente por um e por outro candidato, como se a vitória de um deles representasse uma futura idade de ouro para a humanidade.
Lembro a estupefação causada por Luís Carlos Prestes quando da primeira eleição após a ditadura do Estado Novo. Na luta entre o bem e o mal, representada pelas candidaturas do marechal Dutra (PSD) e do brigadeiro Eduardo Gomes (UDN), o líder comunista declarou que não via nenhuma diferença entre os dois.
Como? Dutra fora o condestável da ditadura, o brigadeiro representava a oposição ao totalitarismo. Como podiam ser a mesma coisa? Dutra era feio e casado, o brigadeiro era bonito e solteiro. Valia tudo para descobrir diferenças entre os dois. Mas Prestes tinha razão.
O mesmo se pode dizer dos atuais candidatos à Casa Branca. Republicanos e democratas podem ter vantagens e desvantagens no tabuleiro da política interna -que, aliás, diz respeito somente aos norte-americanos. No plano internacional, as diferenças são mínimas. E há os paradoxos: o endeusado democrata Kennedy patrocinou a invasão de Cuba, e o maldito republicano Nixon abriu o diálogo então possível com a China e a antiga URSS.

Maquiagem

Sobre o texto de ontem: Não desisti do jornalismo, desisti dos jornalistas e de alguns jornais.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Quem não chora...

O suposto mau uso dos cartões corporativos reforça a necessidade de vigilância pública da “classe política”. Só isso. Não é um escândalo e é bem menos importante do se fez parecer. Merece somente algumas linhas, repetidas e inevitáveis. A incompetência dos partidos de oposição surpreende. Incapazes de propor alternativas para o país, tucanos e demos se limitam a fazer birra e ofender os adversários. Coisa de criança mimada. Mas a gritaria é grande.

O choro saiu de Brasília e chegou à mesa deste aprendiz. Pausa para buscar algodão, que meu ouvido não é penico. O barulho é de tempestade, mas o céu continua limpo. Não é difícil entender como. Entre os desesperados, há um outro “partido político”. A atuação dele é diferente, estratégica. Esse partido faz qualquer problema parecer maior. E faz isso muito bem. Se estiver distraído, você até acredita nele. A gente olha e se lembra: invente suas próprias mentiras.

O governo embarcou na farsa e tentará aproveitá-la para desmoralizar (ainda mais) a oposição. O difícil será convencer a única classe que acredita em Papai Noel, Veja, Criança Esperança e CPI.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Feriado?

Acredito que o próximo post será somente após a festa da carne.
Que 2008 comece bem para os leitores (todos os dois).

Rápidas

Gostei do que foi feito há duas semanas. Farei breves comentários sobre alguns dos principais acontecimentos políticos da semana que não estiveram nas outras postagens.

UE recusa lista de 2,6 mil fazendas e suspende compra de carne do Brasil
Este é o caso típico de reportagem em que há somente dois lados. O Estadão escolheu o seu. Alguém adivinha porque o jornal defende a restrição do número de exportadores?

Terça-feira no Estado: Investimento estrangeiro aumenta, apesar da crise
Terça-feira na Folha: Remessa de lucros atinge recorde e chega a US$ 21 bi
Relacionou?

Pacote limita a farra com cartões do governo
Mais uma vez fica claro como regras frouxas, baseadas na benevolência humana, são inócuas para a “classe política”. Outra: antes do episódio dos cartões corporativos, poucos sabiam quem é Matilde Ribeiro. E agora?


Dirigir após beber vai virar crime em nova lei
Muitos amigos ficaram preocupados. Falei para manterem a calma. Se a lei for aprovada, é só ir para Brasília.

45 oficiais da PM entregam cargos no Rio
O que alguns classificaram de “motim” aconteceu após um ato cívico por aumento de salários que culminou com a demissão do comandante da PM carioca, Ubiratan Ângelo.
Façamos um exercício de reflexão. Você trabalha na profissão mais estressante e perigosa do mundo. Diariamente, você e seus colegas recebem cobranças pela qualidade do serviço, que é essencial para a sociedade. No fim do mês, vocês recebem um salário de ajudante de serviços gerais. Vocês se organizam, vão até o chefe e pedem aumento, pois querem adequar salário e função. Ele não ouve e demite os funcionários mais antigos, que lideravam o grupo.
Tudo muito justo, ao menos para Sérgio Cabral e José Mariano Beltrame, que tiveram a coragem (ou falta de caráter) para chamar a reivindicação de motim.