Não gosto de fazer comparações com o futebol. Fica sempre aquele ar de que existem somente dois lados: o bom e o mau. O certo e o errado. Na “política” de Brasília, por exemplo, não é assim. As coisas são mais complexas e os jogadores não se dividem em apenas dois times.
Você leu o parágrafo anterior e agora vai perceber minha incoerência. Uma das polêmicas que envolvem a criação da CPI da Tapioca Mista me lembra o ludopédio. Nós, homens, passamos horas no embate “foi falta ou não foi” e nunca chegamos a conclusões. Primeiro porque é divertido debater o assunto. Depois porque aplicar a regra do jogo depende de interpretação. É aí que ficamos confusos. Apesar do longo debate, o conceito de “falta” não é definitivo. Depende de quem vê.
Já explico o que isso tem a ver com a “política” brasiliense. O ex-presidente FHC disse que a CPI da Tapioca Mista não deve investigar os gastos de seu governo, pois fugirá do “fato determinado”. Meus botões perguntam: mas afinal, o que é fato determinado? Se investigar desde 98 não é, porque a partir 2002 seria?
O conceito não é definitivo. Precisa de interpretação. A diferença para o futebol profissional é que no campo há alguém responsável pela decisão. Apitou é falta. Em Brasília é como o rachão de domingo. O juiz não apitou, mas os jogadores querem decidir se foi falta ou não. No grito.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
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Boa analogia. Até o final é parecido: depois de parecerem inimigos viscerais frente a todos, muitos deles acabam por tomar uma fraternal cervejada pós-jogo como se nada houvesse ocorrido.
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