quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Secos e molhados

Alguns dias atrás perguntei a quem interessa a falta de regulamentação na propaganda e venda de bebidas alcoólicas no Brasil.
Hoje o Estadão dedicou uma página inteira a reportagens que, de certa forma, ajudam a encontrar a resposta:

Camelô dribla lei e vende cachaça na Dutra
Ambulantes também oferecem cerveja; comerciantes legais têm prejuízo de até R$ 20 mil

Cercada por BRs, Brasília vira 'ilha seca'
Até shopping center é afetado pela MP que impede venda de bebidas alcoólicas; mais de 300 comerciantes locais já recorreram à Justiça

PRF: fiscalização até em padarias

Gerente vira garçom para manter emprego
No Rio, salário cai a menos da metade em restaurante de estrada que servia vinho

Quem ganha e quem perde?
A medida está em vigor desde 1º de fevereiro de 2008. Houve redução no número de mortes nas estradas no carnaval deste ano. A relação causa-conseqüência ainda não foi comprovada cientificamente, mas é bastante provável. É óbvia, se considerarmos a alta incidência de acidentes relacionados ao consumo de álcool.
De qualquer forma, a economia em saúde pública (e em vidas!) compensa os eventuais prejuízos de alguns restaurantes. O problema é que a MP sinaliza uma mudança de postura política. Desagradável para quem está acostumado a ditar as regras.
Seria interessante ver as empresas que defendem a venda e a propaganda do álcool arcar com os custos médicos gerados pelo uso de seu produto. Lembram de O informante?

Aliás, as reportagens do estadão me lembraram outro filme: Obrigado por fumar.

Um comentário:

  1. Acho que a indústria da bebida, assim como a do tabaco, não devem arcar com o tratamento das pessoas. Isso é função do Estado. Além disso, as pessoas também são donas das suas próprias vidas.

    Mas se por um lado a indústria da bebida não é a mais culpada, também não ajuda em nada por outro, por isso deve ser coibida também. Quanto ao mérito político, acho que vc já disse tudo

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