quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Sintomas da febre

Comento o seguinte caso, noticiado pelo Uol:
Duas pessoas são presas acusadas de vender vacina contra febre amarela em Goiânia

A procura pela vacina em postos de saúde mostrou que a população está assustada com a possibilidade de epidemia de febre amarela. Até os meus ignorantes botões já souberam que a reação foi exagerada, principalmente nos casos de dupla dosagem. É claro que os cidadãos não são culpados. Como poderiam acreditar que a situação está controlada se quem lhes disse isso foi a autoridade responsável?

O fato é que a técnica de enfermagem Avanilda Nunes da Silva e seu marido, Itair Nogueira da Silva, foram presos com 37 doses da vacina, que seriam vendidas, segundo eles, a empresas locais. A delegada Renata Cheim afirmou que o material foi furtado de um Posto de Saúde da Família (PSF) e que tudo será investigado.

É interessante observar a argumentação do casal. Ambos afirmaram não cobrar pelas vacinas, mas pelo “serviço” de entrega. Também disseram que outras pessoas cometeram o mesmo crime. O preço “de tabela” seria R$ 50,00 por dose, mas eles vendiam, promocionalmente, a R$ 10,00. Segundo a polícia, tudo será investigado.

Os moralistas (e pessimistas) dirão que o caso é emblemático e mostra o caráter do brasileiro. Para este aprendiz, ele retrata mesmo a condição humana, essencialmente egocêntrica, ainda mais nos tempos do tal capitalismo de mercado. Não somos só nós que aproveitamos as circunstâncias, de forma ilegal e ilegítima, em benefício próprio.

Agora, uma pergunta. Quem você acha que a investigação vai incomodar mais: as empresas que compraram as vacinas ou os funcionários que as venderam?

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