Messias para alguns, ditador sanguinário para outros. Assim é Hugo Chávez.
Não sei em qual contexto o presidente da Venezuela disse que o triunfo do “não” no referendo sobre a reforma constitucional era uma “vitória de merda”. A cobertura da imprensa brasileira não deixou claro se ele falava sobre a atitude da oposição ou do alto número de abstenções. De qualquer forma, a declaração foi um prato cheio para os seus adversários.
Apesar do talento retórico (que falhou neste caso), Chávez tem problemas sérios com egocentrismo. E foi por conta disso que se meteu em situações complicadas nos últimos meses. A “mania de grandeza” é chata, incomoda e pode até nos deixar bravos. A fala desastrada de ontem é um exemplo disso, mas não é motivo para preocupação com uma suposta “escalada autoritária”.
O comportamento do povo venezuelano, que elegeu, reelegeu e apoiou seu presidente na tentativa de golpe em 2002 e agora disse não (mesmo que através da falta às urnas) à nova constituinte mostra que não o vêem como Messias nem como ditador sanguinário. Me parece que desejam levar adiante reformas de caráter socialista com manutenção da democracia. E vão conseguir, porque o anseio é legítimo e porque a oposição foi burra e abdicou de participar das últimas eleições. Mais simples do que os assustados fazem parecer.
Aliás, fiz outra pergunta aos botões e ao santo google, mas ninguém respondeu, de novo: Se quem chama o triunfo adversário de “vitória de merda” é ditador, quem chama aposentado de vagabundo é o quê?
Acho que os botões estão surdos.
quinta-feira, 6 de dezembro de 2007
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