O coração pulsava. Um homem pulava, cantava, gritava, sentia-se parte de uma nação. Naquele momento, sentiu-se vivo. Sentiu-se parte de um ser maior, feito de milhões de sofredores, homens inexplicavelmente sádicos. Todos representados por trinta mil guerreiros que, unidos, formavam uma gigante força sobrenatural.
Trinta mil gritos de incentivo para onze jovens munidos de nenhum segredo além da garra, da força e da superação. Do outro lado, o estrangeiro, mais forte, tentava ferir os garotos. Onze meninos protegidos por uma força sobrenatural, que apesar de gigantesca não podia fazer nada além de incentivar e renovar a energia de seus guerreiros.
O coração pulsava. Um homem pulava, cantava, gritava, sentia-se parte de uma nação. E do Horizonte Belo chegou a notícia. Para fugir do inferno era necessário vencer a batalha. Aquele homem olhou para o alto, conversou com São Jorge, protetor de sua nação, e acreditou por um instante que a vitória chegaria. O coração pulsava.
Ele acreditou na vitória e veio o golpe. Gol do Vasco. Sentiu uma dor aguda no peito. O coração não pulsava mais. Trinta mil guerreiros em silêncio. Som do vento, de passos, do choro das crianças. Por três segundos, pois esta é uma nação de sofredores, homens inexplicavelmente sádicos. Uma força sobrenatural a fez levantar: “Aqui tem um bando de lôco...”
O coração pulsava. Um homem pulava, cantava, gritava, sentia-se parte de uma nação.
Pode ser que o Corinthians caia, pode ser que não. Pela rivalidade e pela vergonha das últimas administrações, não escondo que acho a 2ª divisão justa para o clube. Mas o que o futebol nos ensina é algo mais simples, que talvez explique seu sucesso no Brasil:
Mais que na vitória, a beleza desse esporte está na paixão.
sexta-feira, 30 de novembro de 2007
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