quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Perigo!

Nas últimas semanas, me soam ainda mais engraçadas as tradicionais e ocas críticas aos governos “populistas” da América Latina. O momento parece preocupante para alguns setores, uma vez que há processos de reforma constitucional na Bolívia, Venezuela e no Equador. Os novos textos ampliarão, se aprovados, o direito a reeleição nestes países. Sim, há também processo semelhante na Colômbia, mas o presidente que tenta se manter no poder por lá tem outro perfil.

Dizer que o direito ampliado à reeleição ameaça a democracia é reducionismo. A ditadura militar brasileira manteve-se mais de 20 anos no poder sem esse artifício. É preciso respeitar a legitimidade de casos em que o povo, respaldado por eleições claras e poderes judiciário e legislativo atuantes, decide que seu representante deve continuar no cargo. Não é o caso do Brasil, afinal até os meus ignorantes botões sabem em quais termos nosso legislativo aprovou a reeleição de FHC.

Sobre a atuação da mídia tupiniquim, um artigo de Marcel Gomes publicado na Agência Carta Maior levanta questões e informações importantes sobre as críticas à reeleição de Chávez e o silêncio na questão Uribe (clique aqui para ler). Meu grifo é o seguinte: Apesar do talento do presidente venezuelano ser apenas retórico, suas palavras incomodam, de leve, os interesses de grandes empresas, que por outro lado andam contentes com a atuação do colega colombiano.

A pergunta, em meio a todos esses dados, é mais simples. “Populismo” ou imperialismo. O que é mais perigoso para a América Latina?

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